Acordar na Fazenda Aliança e observar o sol começando a iluminar o dia é perceber um quadro de rara beleza se revelar diante dos olhos. O cheiro de terra molhada invade a linda varanda do casarão, de onde é possível ver a névoa baixa que se levanta da grama do pasto depois do terreiro. Magníficos búfalos movem-se pelo cercado, a passos lentos, para não atrapalhar os observadores que perdem o olhar na imensidão verde que cobre até o ponto mais longe que a vista pode alcançar. A luz do sol começa a ganhar força e vaza por entre a folhagem alta das majestosas palmeiras imperiais.
Da sala, o aroma de café quente convida à primeira refeição. Na mesa, queijo fresco de búfala, geleias orgânicas, pães artesanais, ovos e leite produzidos no local, e sucos feitos com frutas colhidas na hora abrem o dia no campo. A proprietária, Josefina Durini, que adquiriu a Aliança em 2007, conta aos visitantes como retomou o cultivo do café na fazenda e diz ter planos de expandir sua produção. Enquanto guia os convidados na degustação da bebida, ela explica que seu café carrega um sabor fresco e frutado graças ao preciosismo que acompanha seu processo de cultura, colheita, secagem e torra.
Durini foi aluna exemplar do programa realizado pelo Sebrae para retomar a cafeicultura na região. Com particular orgulho, a fazendeira mostra que manteve preservadas estruturas originais da propriedade, que data de meados do século 19 e pertenceu ao 3º Barão do Rio Bonito. Uma raridade mantida na fazenda histórica é o sistema original de transporte e separação dos grãos utilizando água, a tulha de beneficiamento e o terreiro da secagem, construídos por volta de 1863.
Além de preservar e divulgar seu patrimônio histórico, a propriedade se tornou referência em produção orgânica. A extensa horta produz vegetais fresquinhos e funciona sob um sistema de “colha e pague”. A fazenda recebe grupos fechados e, além de requintada hospedagem, oferece cardápios especiais para atender o gosto dos visitantes.
Entre as outras atividades oferecidas no local, estão o banho de lago e a visita ao mirante com vista para as montanhas no topo do Morro dos Carneiros. O local é perfeito para assistir ao pôr do sol, mas desafia o preparo físico dos aventureiros que optarem por caminhar a subida de 4 quilômetros pela trilha que corta a mata – também é possível chegar ao mirante de carro. Visitas guiadas são uma possibilidade para quem quer conhecer a fazenda e desfrutar de suas delícias – o passeio pode incluir refeições, e custa entre R$ 80 e R$ 360 por pessoa.
Fonte: O Estadão