Fazenda Monte Alegre, em Paty do Alferes

A história da Fazenda Monte Alegre está fortemente ligada a de seu mais importante e ilustre morador, Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, o Barão de Paty dos Alferes, membro do “Clã dos Werneck”, clã este que dominou por quase 200 anos a maior parte das terras na “Serra Acima”, como era conhecida esta parte da então Província Fluminense.

Não foi o Barão quem construiu Monte Alegre, porém, é certo que desde o ano de 1855 o Barão residiu nesta fazenda, fazendo dela seu centro de negócios e de documentação, arquivos, etc. Das várias fazendas que possuía (sete, com centenas de escravos) era a melhor aparelhada, melhor localizada, possuidora do melhor quadro de profissionais especializados (enfermeiros, sapateiros, lavadeiras, etc. havia 10 carpinteiros) e a que possuía melhores instalações. A Monte alegre chegou a abrigar 200 escravos por volta 1859.

Monte Alegre possuía em seus melhores tempos: casa de moradia com oratório próprio, moinho, engenho de farinha, 59 lances de senzala, pilões, serraria, olaria, forno apetrechado, 2 lances de casa para guardar carros, 10 lances de armazéns de café e tulhas, um canavial, cafezais, 9 enfermarias para escravos, etc.

Em seu interior havia mobília de mognos, jacarandá, cedro e peroba, um belíssimo piano, serviços de louça da Índia incluindo aparelhos de porcelana com o brasão da família, além de outros objetos de luxo.

Porém, apesar do fausto vivido por poucas gerações do clã dos Werneck na Monte Alegre, a história prosseguiu implacável. Por força dos vários fatores econômicos, como principalmente o esgotamento da terra para o plantio de café em virtude de tratos culturais inadequados e da abolição da escravatura, os Werneck, empobrecidos, tiveram de deixar a fazenda em 1911.

Daí em diante a Monte Alegre foi fragmentada, tendo a casa passado por vários proprietários e até mesmo por uma empresa que a transformou em hotel e cassino.

Finalmente, chegou às mãos de seus atuais proprietários, o engenheiro e escultor Gabriel Fonseca e família, que a compraram em ruínas e por preço irrisório. Levaram 6 anos para restaurá-la, com uma equipe de 3 artesãos, com enormes dificuldades para seguir os padrões originais, inclusive do paisagismo do artista francês Glaziou nos jardins.

Não está aberta à visitação.

Fonte: Portal Vale do Café