FAZENDAS HISTÓRICAS EM BARRA DO PIRAÍ

Preservadas em sua arquitetura e rodeadas de belas paisagens, nas fazendas do Vale do Café é possível fazer uma viagem até o tempo em que os barões ostentavam poder e riqueza. Cada fazenda possui uma história singular com acontecimentos marcantes e curiosidades da época.

FAZENDA ARVOREDO

Fazendas Históricas - Barra do Piraí - Fazenda Arvoredo

Localizada em Barra do Piraí, a Fazenda Arvoredo tem uma história interessante, em 1818, o Príncipe Regente D. João doou a José Luiz Gomes, Barão de Mambucaba, extensas terras com o objetivo de nelas plantar café, atividade economicamente promissora, dando origem a Fazenda Santa Maria.

Em 1836, Honório Hermeto Carneiro Leão, homem de grande força política, assume a fazenda. Seu filho, Nicolau Neto Carneiro Leão, herda a propriedade e recebe o título de Barão de Santa Maria. Por se tratar de pessoa de hábitos requintados, demole a antiga sede e manda construir outra maior e mais luxuosa, concluída em 1858. Seus descendentes atravessam o século e em 1903 é adquirida pelo Conde João Leopoldo Modesto Leal. A região se transforma, a pecuária se firma e o ciclo do gado se torna realidade. Em 1982 é recebida como herança pelos irmãos Ana Heloísa e Augusto Pascoli, que a transformam em Hotel Fazenda Arvoredo em 1991, iniciando assim um novo ciclo, o Turismo.

FAZENDA DA TAQUARA

Fazendas Históricas - Barra do Piraí - Fazenda da Taquara

VISITA HISTÓRICA GUIADA, PRODUÇÃO DE CAFÉ E RESTAURANTE.

Quando da chegada do comendador João Pereira da Silva, em companhia do Barão do Rio Bonito, vindos de Portugal, se estabeleceram nesta região do Estado do Rio de Janeiro, por volta de 1800. Na Segunda década do século XIX, o café começou a ser plantado no Vale do Paraíba e fazendas proveram-se para cultivar o fruto precioso.

Faziam parte das propriedades do Comendador: a Fazenda Campo Bom, a Fazenda Ipiabas e a Fazenda da Nova Prosperidade, (atual Fazenda da Taquara), como aparecem no inventário do Comendador, falecido em 1865.

O nome Taquara foi dado pelos escravos, devido à abundância de um bambu fino, encontrado na propriedade, que era assim denominado. A casa foi construída, provavelmente na década de 1830, em forma de um quadrilátero com um jardim interno, permanecendo ainda hoje, sob o domínio da família do Comendador.

Com quase dois séculos de existência, a sede, ainda em perfeito estado de conservação, preserva sua história, com móveis e retratos originais. Hoje, a Fazenda da Taquara é de propriedade de João Carlos Tadeu Botelho Pereira Streva, descendente direto da 5ª geração do Comendador João Pereira da Silva e administrada pelo seu filho Marcelo Streva, 6ª geração, que também realiza o guiamento no casarão, cafezal e, ao final da visitação, toca piano durante o almoço ou lanche para os visitantes.

Outra característica dessa propriedade é ser, até os dias de hoje, centro de produção de café, como no século passado. Há, ainda, um projeto, já em desenvolvimento, que consiste na introdução do plantio, produção e industrialização de cafés especiais e tradicionais. O objetivo é fazer com que o visitante possa vivenciar a experiência em todo o processamento do café.

A propriedade recebe visitantes mediante reserva prévia, podendo ser acompanhada por um delicioso café da manhã, lanche da fazenda ou almoço que são servidos no antigo depósito, localizado abaixo do casarão, onde escravos trabalhavam e vigiavam e que hoje se transformou no Restaurante da Taquara.

Na visitação é possível conhecer a história da família e o processo do café, todo o acervo original do casarão e visita ao cafezal.


FAZENDA SÃO JOÃO DA PROSPERIDADE

A História da Fazenda São João da Prosperidade inicia-se no Século XIX, entre 1820 e 1830, quando o café começa a ser cultivado na região.

Seu primeiro proprietário foi Antonio Gonçalves de Morais, conhecido como “Capitão Mata Gente”. Em 1843, segundo a escritura, o capitão compra um sítio denominado Barra do Pirai. E em 1853 constrói uma ponte sobre o Rio Piraí dando início ao povoado de São Benedito, origem da cidade de Barra do Piraí.

A casa da fazenda possui paredes externas muito largas, de pedra, e, internas, de pau a pique, enorme pé direito, telhados bastante inclinados com telhas feitas à mão, assoalhos de tábuas largas e é muito simples, sem os requintes de outras fazendas construídas mais nos meados do século.

Do antigo conjunto composto por tulhas, moinho, senzalas e casa grande, hoje só existem a casa que possui quinze quartos, seis salões, um pátio interno, cozinha e terreiro de café, cercados de algumas construções.

Na frente da casa existe uma construção de pedra, que provavelmente se destinou a abrigos de tropas de mulas que levavam o café do Rio de Janeiro até a chegada em Barra do Piraí, através da estrada de ferro Dom Pedro II, em 1864.

A Fazenda São João da Prosperidade pertence a Magid Breves Muniz, possui 40 alqueires mineiros e tem como principais atividades a pecuária, o reflorestamento de eucalipto, o turismo e a fábrica de linguiça.

Hoje a Fazenda é um recanto turístico que nos conduz ao tempo dos Barões do Café, com toda singularidade que essa época nos legou.

Nas visitas, que são programadas, é possível experimentar um delicioso lanche caseiro e, ainda, conhecer um pouquinho do artesanato regional.

Para mais detalhes sobre a Fazenda São João da Prosperidade, Clique Aqui


FAZENDA ALLIANÇA


Um belo conjunto arquitetônico, que traz a maior parte das características de uma fazenda produtora de café, neste caso o casarão, a tulha e o terreiro, muito bem preservados. Do conjunto, somente a senzala não resistiu por completo. A entrada ainda é guardada pelas famosas palmeiras imperiais. O pomar histórico, com suas árvores centenárias, servia de farmácia natural.

Atualmente a fazenda está voltada para a produção orgânica e se destaca por proporcionar uma experiência de passado e presente aos seus visitantes, estimulando um estilo de vida mais saudável, com o consumo de produtos orgânicos. Uma vivência agroecológica como no Século XIX, inclusive com a possibilidade de colher e levar as hortaliças para casa, no sistema pegue e pague.

A Fazenda Alliança oferece inúmeras atrações e atividades aos seus visitantes, através de experiências diferenciadas, seja em busca de dicas para um estilo de vida mais saudável ou, simplesmente, para conhecer um pouco de sua história.

A Fazenda, localizada na estrada entre Barra do Piraí e Valença, está aberta à visitação somente sob agendamento.


FAZENDA DA BOCAINA

A sede da Fazenda da Bocaina, localizada em Barra do Piraí, tem aproximadamente, 160 a 180 anos, tendo sido erguida mesmo antes do apogeu do Ciclo do Café.

As áreas requeridas na época eram muito cobiçadas nesta ocasião pela proximidade com o rio Paraíba do Sul (até então principal meio de penetração no Sertão de Valença) e com Aldeia de Valença que foi fundada em 1803.

BOCAINA, etimologicamente é um vale na montanha, local onde a propriedade foi construída.

A atual proprietária e sua família reconstituíram ao longo dos anos, minuciosamente, as características originais da sede e seus arredores, que estavam muito abandonados, realizando outras construções de igual arquitetura.

A fazenda mantém um jardim de inverno, um amplo alpendre, o porão que era utilizado como senzala e o engenho de cana. Está aberta à visitação, que inclui informações históricas sobre o ciclo do café. Foi uma das mais importantes fazendas do Ciclo do Café, criada por fazendeiros que migraram de Bananal/SP para o Rio de Janeiro ainda no século XVIII, percorrendo o ‘Caminho Novo’. A sede fica a menos de 1km da divisa entre os dois estados.

Não está aberta à visitação.


FAZENDA PONTE ALTA

A história da Fazenda Ponte Alta tem início quando o futuro Barão de Mambucaba, acompanhado por um lote de escravos, sobe a Serra do Mar e alcança o Vale do Paraíba ao encontro da sesmaria onde edificará sua fazenda cafeeira.

Os escravos no eito, o café secando no terreiro, a roda d’água girando, as sacas de muitas arrobas no lombo das mulas serra abaixo, até o porto do Rio de Janeiro. Tempo de barões poderosos, escravos vigorosos e sinhás exigentes em seus solares.

O século finda e, junto com ele, a derrocada do café, a abolição do sistema escravagista em 1888 e o advento da república um ano após.

Na antiga província Fluminense, a roda d’água já não gira para o café, a terra, tão esgotada quanto os escravos que o barão não poupava, virou pasto e alimento para o gado leiteiro.

É o novo Brasil, anos 50 do século XX. E à Ponte Alta está reservado o papel especial de protagonista da política do interior fluminense, pois é ali que o então Presidente Getúlio Vargas, consolida seu poder entre reflexões solitárias e concorridos churrascos políticos.

Atualmente uma das maiores atrações da Fazenda é o Sarau Getúlio Vargas – “Gegê na Ponte Alta, um Sarau Musical” – inspirado na década de 50. É também um sarau comemorativo, pois os últimos 5 aniversários de Getúlio Vargas foram comemorados na Fazenda Ponte Alta. A apresentação acontece como um programa de rádio, sendo transmitido ao vivo, e o público poderá relembrar lindas canções da era do rádio, como também grandes nomes da nossa música, entre eles: Emilinha Borba, Angela Maria, Carmen Miranda, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Francisco Alves e tantos outros.

Fonte: Portal Vale do Café